
Classificada "Petite cité de caractère da Bretanha”, Combourg é conhecida por seu castelo que teve um ilustre morador: o escritor romântico François René de Chateaubriand.

Classificada "Petite cité de caractère da Bretanha”, Combourg é conhecida por seu castelo que teve um ilustre morador: o escritor romântico François René de Chaeaubriand. O castelo, construído para o arcebisto de Dol entre os séculos XII e XV numa colina perto do Lago Tranquille, pertenceu a diversas famílias até que, em 1761, foi adquirido por René Auguste de Chateaubriand, pai do escritor. Chateaubriand chegou ali com 8, 9 anos, passando apenas o período de férias, retornando porém para morar efetivamente entre os 15 e 17 anos de idade (alguns sites falam de 16 a 18 anos). O castelo está presente em sua obra Memórias de além-túmulo (Mémoires d’Outre-tombe), escrita de 1806 a 1846: “Foi nos bosques de Combourg que me tornei o que sou, que comecei a sentir os primeiros sinais deste enfado que arrastei por toda minha vida, desta tristeza que foi meu tormento e minha felicidade.” “ (…) Chateaubriand capta o que designou como mal du siècle e define os contornos do que parece querer caracterizar o homem de seu tempo: um vazio de espírito que teria sua origem na especificidade dos laços sociais e políticos da vida moderna” (GIL, Beatriz Cerisara. Infância e juventude para uma autobiografia do século XIX: F.-R. de Chateaubriand). Segundo o escritor, havia uma lenda que dizia ser o castelo habitado pelo fantasma de um antigo proprietário, um homem com uma perna de pau, cujo barulho ressoava à noite, e que, por vezes, era acompanhado por um gato negro. Tanto que uma das torres tem o nome de Tour du Chat (Torre do gato). E era ali que ficava o quarto de Chateaubriand. Uma outra lenda conta que o fantasma de um antigo senhor trasformava-se em gato negro. Segundo um site que consultei, foi descoberto o esqueleto de um gato mumificado quando da restauração de uma ala do castelo. Verdade ou mais uma história para alimentar a lenda? O castelo foi completamente restaurado, após 80 anos de abandono, por Geoffroy de Chateaubriand, neto do irmão do escritor. Ao estilo austero e frio, foi acrescentado todo o conforto do século XIX. A cidade desenvolveu-se aos pés do castelo, com belas casas em enxaimel dos séculos XVI, XIX e XX. Destaque para a “Casa da Lanterna” (final do século XVI - 1597) construída por Perrine Jonchée, filha de um rico armador. Por quê Casa da Lanterna? Segundo uma placa explicativa em frente à casa “os homens da cidade e dos arredores deviam manter-se em sentinela armada durante as feiras que ocorriam em Combourg, equanto os proprietários da casa deviam providenciar as tochas da lanterna da fachada, para iluminar a feira e o posto de guarda”. Destaque, também, para a Igreja Notre-Dame (primeira metade do século XX). A pedra fundamental da igreja foi benzida em 1859 e a construção levou 20 anos. De estilo neo-gótico, sua torre possui uma altura de 50m apoiada por dois pilares internos. Não deixe de ir até o Lago. Tem-se uma bela vista do castelo e seu reflexo sobre as águas.